OAB Subseção STM

segunda-feira, 5 de março de 2012

Advocacia

Projeto de lei prevê maior prazo para propor ação contra agressores sexuais.


Há cinco anos, a nadadora pernambucana Joanna Maranhão, campeã brasileira (2002) tomou coragem e resolveu contar para a imprensa que tinha sido abusada sexualmente aos nove anos por seu ex-treinador. A repercussão do assunto trouxe uma reviravolta em sua vida. Até hoje, ela sofre ameaças, mas também recebe diariamente muitos e-mails e cartas de apoio de pessoas que passaram ou têm familiares enfrentando o mesmo problema. Hoje, aos 25 anos, ela incentiva campanhas de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes e acredita que este é o melhor meio de prevenção.
Não é apenas nas piscinas que nadadora Joanna Maranhão, de 25 anos tem vencido desafios.  Em entrevista para a Childhood Brasil, ela revela que depois de ter denunciado que foi abusada sexualmente na infância por seu ex-treinador, tornou-se uma mulher mais forte, mas desenvolveu uma gagueira e até hoje luta para superar os medos provocados pelo trauma.
Se tornou uma pessoa muito nervosa, impulsiva. Não sabe quanto isso é da sua personalidade e quanto é pelo que passou. Depois que falou sobre tudo ficou com uma gagueira? Às vezes não consegue falar, trava, por isso, eu prefere escrever. Já fez pesquisa sobre o assunto e viu que pessoas que passam por traumas às vezes ficam assim, com dificuldade para falar. Acho que isso é o que mais me incomoda, do resto eu não tenho a menor vergonha, me tornei uma mulher mais forte.
 Hoje ela tem um projeto de lei com o seu nome, aprovado no Senado Federal e aguardando análise na Câmara dos Deputados, que prevê maior prazo para propor ação contra o perpetrador do abuso sexual. O projeto Joanna Maranhão, no momento na Comissão de Constituição e Justiça aguardando para ser pautado, foi criado a partir do depoimento da nadadora pernambucana para a imprensa de que tinha sido abusada sexualmente pelo ex-treinador, aos nove anos. Ela conta que, na época, havia aqueles que acreditam que ela só tinha denunciado um ex-treinador para se promover e até hoje recebe ameaças. Mas, a maioria das pessoas admira o seu exemplo de superação e a incentiva com cartas de apoio e carinho, principalmente mulheres que passaram pelo mesmo trauma.